File:Orpheu group - Fernando Pessoa (1915) - Almada Negreiros (April 7, 1893 – June 15, 1970) (16762939799).jpg

From Wikimedia Commons, the free media repository
Jump to navigation Jump to search

Original file(2,845 × 2,845 pixels, file size: 2.2 MB, MIME type: image/jpeg)

Captions

Captions

Add a one-line explanation of what this file represents

Summary[edit]

Description

Electricity Museum, Belem, Lisbon, Portugal

In PUBLICO NEWSPAPER, Edition dated from 24/03/2015

Techniques: Acrylic matrix carved with a burin Material: BFK Rives paper Collection : Calouste Gulbenkian Museum, Modern Collection, Lisbon, Portugal Inv. : GP1005

ORPHEU

Orpheu: “O primeiro grito moderno que se deu em Portugal” LUÍS MIGUEL QUEIRÓS 24/03/2015 - 07:10 Comemora-se hoje o centenário de Orpheu, cujo primeiro número terá saído da gráfica no dia 24 de Março de 1915. Como um grupo de rapazes de vinte e poucos anos, liderado por Pessoa e Sá-Carneiro, lançou o modernismo em Portugal e mudou para sempre a paisagem cultural e literária do país.

Opinião: O Orpheu e a sua circunstância
O terramoto que virou do avesso a literatura

“Galgar com tudo por cima de tudo! Hup-lá!// Hup lá, hup lá, hup-la-hô, hup-lá!/ Hé-há! Hé-hô! Ho-o-o-o-o!/ Z-z-z-z-z-z-z-z-z-z-z-z!// Ah não ser eu toda a gente e toda a parte!”. Estes versos finais dum poema intitulado Ode Triunfal, assinado por um tal Álvaro de Campos, fechavam o primeiro número da revista Orpheu, que há exactamente cem anos, no dia 24 de Março de 1915, saía dos prelos para escandalizar os meios culturais portugueses.

Todos sabemos hoje que Orpheu foi o primeiro grande momento de afirmação das vanguardas modernistas em Portugal e não é exagero afirmar que as réplicas desse já longínquo terramoto de 1915 se fazem sentir até aos nossos dias. Mas quando a revista saiu, se não passou de todo despercebida, também não se pode dizer que tenha sido propriamente saudada como o decisivo marco literário e cultural que efectivamente foi. “Literatura de manicómio”, chamou-lhe A Capital no título de um dos muitos artigos de crítica mais ou menos galhofeira que assinalaram na imprensa o nascimento de Orpheu.

Fernando Pessoa e Mário de Sá-Carneiro, sem os quais Orpheu não teria passado de uma curiosidade cujo centenário ninguém se lembraria hoje de comemorar, teriam de esperar uma dúzia de anos até que a geração de autores reunida em torno da revista presença reconhecesse o seu génio e procurasse divulgar o contributo decisivo dessa primeira geração modernista.

Tendo sido a mais icónica revista literária portuguesa de todo o século XX, e seguramente a que exerceu uma influência mais duradoura, Orpheu foi também uma publicação efémera, com apenas dois números publicados no primeiro semestre de 1915. O terceiro, já em provas tipográficas, não saiu por falta de financiamento – tornou-se inviável continuar a recorrer ao mecenato bastante involuntário do pai de Mário de Sá-Carneiro –, e só veio a ser publicado em meados dos anos 80, num fac-símile da prova tipográfica, com a chancela da Nova Renascença, e numa edição organizada por Arnaldo Saraiva para a Ática.

Segundo informa José Barreto num artigo publicado no recém-lançado volume colectivo 1915 – O Ano de Orpheu, organizado por Steffen Dix e editado pela Tinta da China, a primeira das várias notícias que assinalaram o lançamento do número inaugural de Orpheu terá saído no dia 27 de Março, no jornal O Mundo. Até ao final da tarde do dia anterior, diz ainda Barreto, tinham-se vendido apenas 17 exemplares. Apesar deste arranque pouco auspicioso, duas ou três semanas depois a edição estava praticamente esgotada. Tudo indica, pois, que a insistência dos jornais em sugerir que os autores de Orpheu não destoariam entre os loucos internados no manicómio de Rilhafoles terá dado uma ajuda preciosa às vendas, confirmando a cínica máxima de que publicidade negativa é uma contradição nos termos.

Doidos com pedigree O escândalo provocado por Orpheu não surpreende. Basta dar uma vista de olhos pela poesia que se publicava ao tempo em Portugal para se perceber que, pese embora a qualidade de poetas como Teixeira de Pascoaes ou Afonso Duarte, para citar apenas dois, os meios literários da época, submersos no saudosismo ou no lusitanismo, não estavam preparados para algo tão cataclísmico como a Ode Triunfal.

Nem sequer os poucos livros já então publicados por alguns dos colaboradores de Orpheu, como Distância (1914), de Alfredo Guisado, Luz Gloriosa (1913), do co-director brasileiro do primeiro número, Ronald de Carvalho, ou, no limite, mesmo Dispersão (1914), de Mário de Sá-Carneiro, prenunciavam o frenesi vanguardista de Álvaro de Campos: “(…) Ó tramways, funiculares, metropolitanos,/ Roçai-vos por mim até ao espasmo!/ Hilla! hilla! hilla-hô!/ Dai-me gargalhadas em plena cara,/ Ó automóveis apinhados de pândegos e de putas (…)”.

No já referido artigo d’A Capital, lia-se: “O que se conclui da leitura dos chamados poemas subscritos por Mário de Sá-Carneiro, Ronald de Carvalho, Álvaro de Campos e outros é que eles pertencem a uma categoria de indivíduos que a ciência definiu e classificou dentro dos manicómios, mas que podem sem maior perigo andar fora deles”. Talvez o jornalista estivesse a ser um pouco injusto ao irmanar os três autores no mesmo insulto, já que em matéria de sinais exteriores de vanguardismo (mas em Pessoa e Sá-Carneiro o próprio vanguardismo foi sempre sinal exterior de rupturas de outra ordem, mais fundas e irremediáveis), nada neste primeiro número de Orpheu é rigorosamente comparável à Ode Triunfal. Nem mesmo alguns versos mais alucinados de Sá-Carneiro, como os que fecham o notável poema 16: “As mesas do Café endoideceram feitas ar.../ Caiu-me agora um braço... Olha, lá vai ele a valsar/ Vestido de casaca, nos salões do Vice-Rei...// (Subo por mim acima como por uma escada de corda,/ E a minha Ânsia é um trapézio escangalhado...)”.


José Sobral de Almada Negreiros (April 7, 1893 – June 15, 1970)

From Wikipedia

BornApril 7, 1893 Roça Saudade, Trindade, São Tomé DiedJuly 15, 1970 Hospital de São Luís dos Franceses, Lisbon OccupationPainter, writer Genrenovel, play, poem, essays and pamphletary manifests Literary movementFuturism SpouseSarah Afonso

A Portuguese artist he was born in the colony of Portuguese São Tomé and Príncipe, the son of a Portuguese father, António Lobo de Almada Negreiros, and a Santomean mother, Elvira Freire Sobral.

Besides literature and painting, Almada developed ballet choreographies, and worked on tapestry, engraving, murals, caricature, mosaic, azulejo and stained glass.

His mother died in 1896. In 1900 he enters in a jesuit boarding school in Campolide, Lisbon. After the October 1910 republican revolution this school is closed and Almada enters the Escola Internacional, also in Lisbon.

In 1913 he made his first individual exhibition, showing 90 drawings. In 1915, along with Fernando Pessoa and Mário de Sá-Carneiro, publishes poems and texts in the Orpheu artistic magazine, which would introduce modernist literature and art in Portugal. This same year Almada Negreiros writes the famous Manifesto Anti-Dantas e por extenso, a humorous attack against a more traditionalist and bourgeois older generation. In 1915 the artist also conceives the O Sonho da Rosa ballet.

In 1917, with the scope of introducing to the Portuguese public the Futuristic aesthetics, Almada Negreiros publishes, together with Santa-Rita Pintor, the Portugal Futurista magazine, writing the Ultimatum Futurista, às gerações portuguezas do século XX ("Futurist ultimatum to the Portuguese generations of the 20th century"). He promotes a conference, the Sessão Futurista ("Futurist Session"), where he appears wearing a flight suit.

Between the years 1918-20 Almada lives in Paris. To support himself, he works as a dancer and as a factory worker. In 1920 he returns to Lisbon. In 1925 he produces two paintings for one of the most famous cafés in Lisbon, A Brasileira. In 1927 he goes to Madrid where he writes in several Spanish publications like Cronica and La Farsa. He writes El Uno, tragédia de la Unidad.

Back in Portugal, in the following years his artistic production will be wide and prolific as he becomes a key artist in Portuguese modern art, influenced by Cubism and, mainly, by Futurism. His role, during António de Oliveira Salazar's authoritarian regime is however ambiguous, assuming both as an "aligned" artist (doing public mural paintings or propaganda posters) and a provocative critic of Portuguese society of the time.

In 1934 he married painter Sarah Afonso (May 13, 1899 – December 14, 1983). Re-settled for good in Portugal, he would continue in his role as "artistic agitator" within the oppressed society that was Portugal until the time of his death. In 1934 the couple had their only son, José Afonso de Almada Negreiros.

He was also, even if sparely, an actor and a dancer although that shows his compreehension that all forms of art are intimately linked.

Painting and visual arts Almada Negreiros always called himself a futurist artist, inspired by Filippo Tommaso Marinetti and other modern artists, however his style is wider, and its hardly defined into a category. Adding to this modern approach his works also reveals a decorative and arabesque richness and sometimes a geometrical abstraction. His public art is often political engaged as mural of "Gare Maritima de Alcantara" shows, however, many of his paintings and drawings show common people in daily affairs or attitudes usual in socialist art. His work as visual artist extends to tapestry, printmaking, theater and ballet scenography.

Novels and writings

An important part of his artistic production is literary. He wrote novels, poems, playwrights, essays and manifests that were, in his lifetime, published in books, magazines, newspapers or even low cost booklets and flyers. In his novels and playwrights there is a description of daily affair of people besides a sense of the absurd and non-sense that can be related (preceding them) with writers like Eugène Ionesco or Arthur Adamov. His literary work is highy evolved with his artistic view, often visual and "geometric" in his descriptions and backgrounds. His manifests were highly provocative, like "Manifesto Anti-Dantas", a humorous and aggressive text against Júlio Dantas, a major figure of arts and culture of Salazar's regime which stands as a banner against mediocrity and conformism.

He also wrote essays on the theory of colours, the Portuguese antique painting, geometry and gave numerous conferences on cultural matters.
Date
Source Orpheu group - Fernando Pessoa (1915) - Almada Negreiros (April 7, 1893 – June 15, 1970)
Author Pedro Ribeiro Simões from Lisboa, Portugal
Camera location38° 41′ 45.1″ N, 9° 11′ 44.93″ W Kartographer map based on OpenStreetMap.View this and other nearby images on: OpenStreetMapinfo

Licensing[edit]

w:en:Creative Commons
attribution
This file is licensed under the Creative Commons Attribution 2.0 Generic license.
You are free:
  • to share – to copy, distribute and transmit the work
  • to remix – to adapt the work
Under the following conditions:
  • attribution – You must give appropriate credit, provide a link to the license, and indicate if changes were made. You may do so in any reasonable manner, but not in any way that suggests the licensor endorses you or your use.
This image was originally posted to Flickr by pedrosimoes7 at https://flickr.com/photos/46944516@N00/16762939799 (archive). It was reviewed on 14 January 2020 by FlickreviewR 2 and was confirmed to be licensed under the terms of the cc-by-2.0.

14 January 2020

File history

Click on a date/time to view the file as it appeared at that time.

Date/TimeThumbnailDimensionsUserComment
current03:21, 14 January 2020Thumbnail for version as of 03:21, 14 January 20202,845 × 2,845 (2.2 MB)JotaCartas (talk | contribs)Transferred from Flickr via #flickr2commons

There are no pages that use this file.

Metadata